Cabaça tipo Exportação

Alexandra Pamplona exporta artesanato em cabaças para o Brasil e para países do exterior

A artista plástica Aleandra Freitas Pamplona começou fazendo bonecas de panos após ler uma revista de artesanato. Ela fazia bonecas, bichinhos e outros adereços sempre com atenção aos detalhes e a qualidade das criações. Como acontece com quem se dedica a algum tipo de arte , Aleandra pegou gosto pelo que estava fazendo e procurou ir além dos bonecas de pano, foi quando viu, em um programa de TV, a pintura em cabaça.

Não demorou muito para ela ir à procura das cabaças, nas fazendas de Cassilândia (interior do Mato Grosso do Sul). Com essa nova modalidade, Aleandra desenvolveu novas criações e possibilidades. “A primeira pintura que eu fiz foi um espantalho com uma cabaça de uns 60 centímetros que coloquei na frente de casa. As pessoas passavam para perguntar de que ele era feito, e ninguém acreditava que era de cabaça”, explica.

Como existem cabaças de todos os tamanhos, a criatividade fica por conta de se ver em cada uma, as possibilidades de transformação. Aleandra faz bailarinas, gatos, galinhas de angola, patos, bonecas russas, bonecas japonesas (kokeshi), colméias, decoração de natal e casas de passarinhos, joaninhas e abelhas. Nos últimos meses, Aleandra descobriu as luminárias de cabaça, originárias da Turquia.

“As galinhas de angola são as criações que têm feito mais sucesso”, diz Aleandra que atribui ao olhar das galinhas e ao jeito que elas decoram a casa, como se estivessem conversando, o interesse da clientela. Além de trabalhar as cabaças com diferentes tipos de pintura, entre elas, a ‘Country’. A artista plástica acrescenta adereços de panos e ‘biscuit’ no acabamento, fazendo com que a peça se harmonize num todo, como no caso do espantalho, que as pessoas não acreditavam que era de cabaça.

Ela conta que quando andava pelas fazendas atrás da matéria prima, as pessoas achavam estranho porque não viam utilidades artísticas para a cabaça, que normalmente é usada para armazenar água. No começo, Aleandra conseguia as cabaças gratuitamente, nos últimos dois anos ela tem comprado a produção das fazendas. Quer dizer, como não é plantada, a cabaça costuma dar naturalmente de seis em seis meses. Os moradores da zona rural juntam e vendem o que conseguiram recolher para ela. A artista diz que compra em média 200 cabaças, dos mais diversos tamanhos, todo mês, e tem vendido quantidade semelhante.

Vendas pela Internet

As vendas das criações são um capitulo à parte, depois de vender em Cassilândia e na cidade vizinha Chapadão do Sul. Aleandra conta que começou colocando fotos das cabaças no Orkut, junto com o perfil dela. As pessoas viam as fotos e perguntavam como adquirir as galinhas de angola e as bonecas de pano. Decorrido alguns meses ela teve que criar um perfil próprio para as criações, foi então surgiu o perfil próprio do ateliê: Estilo da Casa.

A artista explica que desde que começou produzindo artesanato tanto em pano como em cabaça sempre pensou em uma forma de expandir seus negócios além da região. “Eu já pensava em vender para fora porque a cidade é pequena”, diz. Com o perfil no Orkut e também no Flickr, Aleandra fez novas amizades para o perfil e as amigas divulgaram para as outras suas criações. Dessa forma ela passou a vender as criações em cabaça e as bonecas para a todo o Brasil e também para o exterior — ela tem uma amiga que revende nos Estados Unidos, na capital dos negócios, Nova York e também na Itália, na cidade de Belluno:

“Elas primeiro compraram para decorar a casa e agora também revendem para as amigas”, diz e acrescenta que tem conversado com uma amiga da Bélgica que deseja revender suas criações naquele país.

O marido de Aleandra, João Pamplona, diz que criou um site para divulgar o ateliê, todavia, “o perfil no site e a galeria de fotos tem dado mais retorno que o próprio site, com mais visitas, recados e compras”. Além das luminárias, Aleandra já pensa em divulgar outros trabalhos dos artesãos da região através do perfil do ateliê e da internet. Aliás, ela também tem ensinado, na rede mundial de computadores, como pintar as cabaças e têm colocado à disposição das amigas moldes dos desenhos e, se uma amiga quiser, ela também fornece a cabaça sem pintar e a arte fica por conta da cliente.

Nos dois últimos meses, a artista conta que a procura dos produtos tem aumentado bastante, ela e o marido tem se revezado na internet para atender as clientes dos 26 estados do Brasil que a todo momento estão fazendo pedidos. Mas, apesar de toda a produção se concentrar nas pinturas em cabaça, Aleandra não abandonou as criações de pano. Quando tem algum tempinho ela volta a fazer as bonecas e outros bichinhos que começou fazendo quando criou o ateliê uns sete anos atrás.

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