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Segundo o livro A Book of Surrealist Games, compilação de práticas desenvolvidas pelos artistas surrealistas produzida pelo pesquisador Alastair Brotchie, o automatismo é o “método primário” deste movimento estético. Valoriza o acaso na criação.
“Técnicas automáticas”, diz Brotchie, “podem ser usadas como o iniciadoras da atividade criativa, para estimular e encorajar a espontaneidade da enunciação ou da invenção de imagens. A “escrita automática” é o jeito mais “direto” de fazer uso desse instrumento. O procedimento sugerido é:
Ponha-se em um estado mental “receptivo”, e comece a escrever. Escreva sem pensar no que escreve. Escreva o mais rápido que puder. Se, por algum motivo, o fluxo parar, deixe um espaço e imediatamente retorne à escrita, redigindo a primeira letra da próxima frase. Escolha essa letra aleatoriamente antes de começar, por exemplo, “t”, e sempre inicie a nova frase com “t”.
O fundamental dessa prática, ele ressalta, é o jogo da livre-associação. O material assim extraído de si pode ser reutilizado em outras composições.
Outras referências: o poeta Cláudio Willer escreveu um ensaio sobre o seu uso desse recurso.