Qual o lugar de Tabata?

imagem: Jeso Carneiro

A deputada federal Tabata Amaral lançou o livro Nosso Lugar: O caminho que me levou à luta por mais mulheres na política, uma autobiografia sobre a sua jornada até chegar à vida pública. É um mergulho íntimo, sem deixar de abordar todas as questões políticas que a cercam. O título indica outro elemento relevante: a obra não é sobre um lugar que ela alcançou sozinha ou que pertença só a ela e aos seus méritos, mas sobre sua luta para torná-lo nosso, de todos, das mulheres que como ela deveriam estar lá. Por admiração dessa luta e desses relatos, eu não pude deixar de trazer esta resenha e compartilhar um pouco do que encontramos nela. Posso dizer que a história em vários momentos me emocionou e marejou os olhos.

O prefácio é particularmente importante e nos traz uma reflexão sobre a discriminação da mulher na política. A autora nos relata um episódio triste do começo de sua campanha: uma senhora simplesmente não acreditava que Tabata era mesmo candidata. Isso não é por acaso. Aquela mulher cresceu em um mundo no qual a política não era o lugar de uma jovem; foi levada a acreditar nisso. A política não era o lugar de Tabata. Essa não seria a última vez em que a deputada teria que se confrontar com esse pensamento e muito menos foi a única mulher a lidar com isso. No prefácio a deputada nos apresenta uma série de dados sobre a participação da mulher na política. A conquista do direito ao voto no mundo e no Brasil, as candidaturas, as primeiras mulheres eleitas. E nos mostra que os problemas ainda estão longe de ser remediados. Essa introdução nos adianta as dificuldades que Tabata encontraria.

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A meritocracia não iria sozinha recompensá-la

Tabata começa antes do seu nascimento, pelas dificuldades na vida de sua mãe na condição de mãe solteira e do homem que escolheu ser seu pai. Mais detalhes iriam privar o leitor de sentir a emoção de ler a história — o que eu recomendo fortemente — então vou evitar os spoilers. Basta saber que Tabata nasceu numa condição social muito difícil e precária, como tantos outros, todos os dias. Porém, teve em casa um incentivo improvável (na medida em que a condição social de seus pais não lhes deu esse estímulo) para se interessar por leitura, a ter curiosidade, a querer conhecimento. Como a vida real não é historinha bonitinha, ela também passou por situações pesadas no ambiente familiar. Tendo em vista isso, o grande diferencial dessa biografia é mostrar o quanto a autora teve em seu caminho pessoas que lhe permitiram o direito de sonhar, de buscar uma vida melhor, oportunidades. Entretanto, não se enganem: essa não é uma história sobre meritocracia. De fato, ela é o total oposto disso.

Essa é uma história que me transmitiu muita esperança, um sentimento de que, com o incentivo certo, podemos corrigir muitos destinos. Quantas Tabatas deixamos pelo caminho, acreditando que nada daquilo é o lugar delas?

A vida de Tabata começou a mudar quando seus professores da escola pública a incentivaram a participar de olimpíadas de matemática. Ela recebeu diversos reforços que a fizeram querer cada vez mais se dedicar aos estudos. Pela sua aplicação na primeira olimpíada ela foi recompensada com um auxílio governamental (do CNPq) em dinheiro, o que ajudou sua família. Será que a gente tem ideia, quando pensamos em programas do tipo, do quanto uma bolsa de apenas 100 reais por mês pode fazer na vida de uma pessoa? Olhando de longe são só números, dinheiro que ajuda minimamente alguém. Mas o quanto isso muda a história de vida de uma pessoa? Poucos chegam a sentir que receberam uma justa recompensa por seus esforços nos estudos. Além do suporte governamental, Tabata contou com o apoio da iniciativa privada — provavelmente não da forma como muitos pensam — pois com o sucesso na olimpíada ganhou um curso de matemática no colégio Etapa. A convivência no curso levou a lhe oferecerem uma bolsa para estudar no colégio, talvez um dos mais elitizados aqui de São Paulo.

Muitas vezes Tabata nos mostra que as coisas que ela conseguiu não foram, apesar do que possa parecer à primeira vista, uma mera conquista por mérito. Embora ela tenha tido esforço, empenho, e que as recompensas a tenham feito continuar, ainda assim, muito do que conseguiu ela não teria alcançado apenas por isso. A meritocracia não iria sozinha recompensá-la, por exemplo, com a bolsa no Etapa, que não era destinada ao caso dela. Foi a compaixão que a levou mais longe, a empatia daqueles com mais poder e melhores condições sociais. Professores do Etapa intercederam por ela e conseguiram a bolsa que a meritocracia não teria lhe dado. Vemos isso acontecendo diversas vezes — professores, amigos, parentes, pessoas que acreditaram nela e a apoiaram, com dinheiro, transporte, influência, insistindo para seguisse seus sonhos. E todas as outras crianças que não tiveram esse apoio? Que não tiveram um professor que os incentivasse a uma olimpíada de matemática? Com essas circunstâncias, a autora aprendeu antes de tudo a pensar nessa pessoas, a querer levar essa ajuda também para elas. Por isso a importância das causas sociais, a importância da educação pública, que viriam a ser o enfoque de Tabata em sua carreira política.

“O exemplo de Tabata mostra que as mulheres estão sim conseguindo
mais espaço, que aos poucos a política se torna mais igualitária, um
passo de cada vez, mas que isso ainda está longe de ser o bastante”

Com a bolsa Tabata teve a oportunidade de uma educação de alto nível, mas também conheceu o contraste social, conheceu a experiência de participar de um ambiente ao qual sentia não pertencer, de passar por longos trajetos de transporte público para chegar à escola. O novo ambiente também lhe permitiu ter sonhos que de outro modo não teria. A maioria das pessoas na periferia nem se permite sonhar a aprovação em um vestibular para uma universidade pública. Mas naquele espaço novo, Tabata passou a se permitir isso. E, mais tarde, esse lugar iria lhe trazer perspectivas mais além, como a de estudar no exterior, na Universidade de Harvard. Algo que ela acabou conseguindo também só a custo de muito apoio e incentivo daqueles que tinham mais condições sociais e ativamente aumentaram suas oportunidades. Eles lhe deram o que não teve quase nenhuma garota de escola pública, de periferia, de lar precarizado etc. Essa história é uma história sobre como o apoio comunitário e social e, especialmente, como políticas públicas mais justas são essenciais na vida das pessoas.

Desde cedo Tabata queria devolver um pouco do que ela recebeu. Ainda no Etapa, participou do projeto VOA!, em que preparava alunos de escolas públicas para olimpíadas de matemática. Anos mais tarde, ela participou e mesmo fundou projetos e movimentos, como o Mapa Educação e o Movimento Acredito. Sua vida pública não foi uma mudança de rumos inesperada ou uma decisão tardia de quem nada tinha a ver com aquilo. A autora conta que demorou para aceitar que iria atuar na política, mais um sonho que pelas suas condições o mundo lhe ensinou que não era para ela, principalmente por ser mulher. E ainda assim esse relato me deu a impressão que de algum modo muita coisa na sua vida a destinava a isso. É uma história que me transmitiu muita esperança, um sentimento de que, com o incentivo certo — tanto a empatia de quem tem mais condições quanto (e principalmente) a atuação do poder público —, podemos também corrigir muitos destinos. Quantas Tabatas deixamos pelo caminho, acreditando que nada daquilo é o lugar delas?

Estudo no exterior, uma difamação típica e a discriminação no próprio partido

Também alcançar o sonho de estudar no exterior ela só conseguiu com muito apoio. Seja com programas de auxílio que pagavam custos de inscrição de universidades para alunos de baixa renda, seja com curso de inglês, carta de recomendação. Tabata parece a garota improvável. E, como barreira final, um choque sentimental quase faz Tabata desistir de tudo, pela dificuldade de lidar com uma grande perda na vida pessoal. Mas novamente o apoio de todos ao seu redor a impediu de desistir e a fez chegar mais longe.

Harvard lhe deu uma formação ampla e completa. Diversas oportunidades, tanto do estudo como de estágios, pesquisa. Além da possibilidade de mudar o foco no meio do curso e se dedicar aos temas da ciência política e da educação. Mas nem tudo foi fácil para ela. Ela recebeu obviamente privilégios que esmagadora maioria dos brasileiros nem imagina conseguir (este que vos escreve incluso), mas também não teve a mesma facilidade que outros alunos de sua universidade podem ter tido. E isso ia além da óbvia distância da família e de todos que conhecia. Embora ela tenha recebido uma bolsa que custeava seus estudos (a própria universidade, e não qualquer um que alguma fake news possa ter dito que o fez), mas isso não pagava para ela os modos de se manter lá. Precisou conseguir renda de várias formas, seja trabalhando como auxiliar em diversos setores administrativos da universidade, seja de modos muito mais informais — como a remuneração por participar de experimentos científicos. Porém, a universidade também custeou viagens de estágio, nas quais ela pode conhecer outras culturas e ter oportunidades de estudos em outros lugares. Em uma dessas viagens, por exemplo, ela decidiu (contra o que era convencional em Harvard) fazer estágios no Brasil, conhecendo mais a fundo a realidade da educação em outros cantos do nosso país enorme. Testemunhou casos de fracasso, como o de Salvador, mas também um caso de sucesso — a experiência de Sobral, no Ceará. Também na universidade americana, ela conheceu bons amigos e colegas que junto com ela criaram e participaram de projetos sociais nos campos da educação e da política.

A direita diz: “Deve haver um Soros”. A esquerda diz: “Deve haver um Lemann”. Por que é tão difícil acreditar que uma mulher jovem que se preparou tanto não possa ter a sua própria força?

Algo que é muito importante entender e que ela explica na biografia é como se deu o apoio em dinheiro que ela recebeu da Fundação Estudar, organização sem fins lucrativos fundada entre outros pelo empresário José Paulo Lemann. Essa é a versão dela, mas obviamente a veracidade disso não é muito difícil de investigar se formos além das campanhas de difamação e buscarmos fontes sérias. A fundação tinha o programa Líderes Estudar, que conectava estudantes com recém-formados. O programa lhe adiantou a quantia de 500 dólares por ano durante três anos. Embora uma ajuda significativa, está longe de ser um financiamento integral para comprar a fidelidade de alguém, e muito menos o determinante para ela se manter no curso. E o mais importante, isso não era uma doação ou uma contribuição definitiva (muito menos com contrapartida), mas a Tabata devolveu todo o dinheiro pouco depois de se formar. Porque assim funciona o programa, os alunos mais novos necessitados são ajudados e depois de se formar e posicionados no mercado de trabalho pagam o valor recebido, que será direcionado para um próximo aluno. Independente de simpatias ou antipatias com o empresário idealizador, é um projeto com uma abordagem muito interessante e que permite ajudar alunos mais vulneráveis em uma universidade elitizada, que vai garantir depois aos formandos a oportunidade de uma renda maior para devolver o dinheiro. A mim parece totalmente baixa e perniciosa a iniciativa de caluniadores que se aproveitam da participação de uma estudante de origem carente, em um projeto de apoio, e usam esse fato para criar um mito de compra de lealdade e comprometimento ideológico. Também isso é de algum modo causado pelo machismo, talvez não intencional, mas ao menos estrutural, de pessoas que não acreditam que uma mulher jovem pode ter autonomia para ter suas próprias ideias e discordar dessas pessoas. Mas vamos voltar depois a essa questão do machismo.

Depois de se formar Tabata decidiu trabalhar com educação. Seus estudos em Harvard a conduziram a isso, além dos estágios que fez e do propósito que já trazia de compartilhar com os outros as oportunidades que teve. Inicialmente ela foi para o setor privado, onde trabalhou em projetos voltados para educação. Essa experiência lhe permitiu seguir em sua carreira, mas também ter contato com um ambiente diferente e aprender sobre gestão. Apenas um ano depois, porém, ela se demitiu e passou a se dedicar apenas ao ativismo e a uma coluna na rádio CBN. Sua atuação pela educação a levou cada vez mais para o caminho da política, participando de cursos de formação política de organizações sem fins lucrativos. Com a insistência e apoio de amigos ela decidiu se candidatar.

Tabata nos relata os preconceitos e entraves que teve como uma mulher na política. Após se filiar, em reuniões com o PDT, inicialmente era subestimada e tratada oficialmente como “blogueira” (algo que nunca foi). Além disso, teve o constrangimento de quererem que ela participasse de esquema de compra de apoio para a candidatura com a promessa de emendas parlamentares como pagamento e de, claro, ser desacreditada por se recusar a participar. E mesmo o partido não colaborou tanto sua candidatura: ainda que a lei obrigue a que 30% dos recursos de campanha sejam para candidaturas femininas, a organização só a ajudou depois de uma intervenção de Ciro Gomes, e ainda assim com uma quantidade muito abaixo do que era destinado a candidatos homens.

Sua campanha começou a princípio pequena e com apoio apenas de amigos e pessoas mais próximas. Contou com muitas reuniões de captação, em que candidatos apresentavam suas ideias para tentar receber recursos para campanha, nas quais também sofreu discriminação e era inferiorizada por ser mulher. Com o crescimento da campanha ela recebeu diversas doações. Nesse ponto, ela nos apresenta um dado interessante contra uma das difamações direcionadas a si, a narrativa de que é financiada por grandes empresários para defender seus interesses: “A minha campanha foi financiada por centenas de pessoas e a maior doação que recebi representou menos de 10% do financiamento total da campanha”. Ao contrário do que pregam, uma força de sua campanha, talvez decisiva para a eleição, foi a grande rede de voluntários que a apoiou, chegando a cinco mil pessoas.

Motivações machistas dos ataques a Tabata

Preciso aproveitar aqui o espaço para me posicionar sobre esses ataques contra a Tabata e suas motivações machistas. Ainda que na primeira impressão eu pareça não estar muito próximo dessas pautas, como homem branco, ainda assim eu conheci muito a discriminação pela minha condição de deficiente. Além de que tenho minha própria jornada política, e eu acredito que o debate sério desses problemas sociais aliado com a empatia pelo diferente podem sim nos ajudar a enxergar muito do que o outro passa — esse é afinal o propósito todo do tão importante estudo das ciências humanas.

Eu me pergunto qual o sentido de alguém progressista gastar tanto tempo perseguindo Tabata quando tem centenas de políticos com posições parecidas com as dela no congresso. Haveria algum motivo que não o fato de que ela é mulher?

Quando digo que os ataques à Tabata são de motivação machista, me baseio nos dados sobre a discriminação que as mulheres sofrem na política (que ela mesma apresenta no livro), nos fatos sobre a natureza dos ataques que sofre, e na análise desses discursos. Algo que me incomoda muito nessa narrativa é que, para criticar a Tabata, parecem precisar supor que ela é uma pessoa incapaz de ter as próprias ideias. Assumem um tom paternalista de que é preciso que tenha alguém que lhe financie. Inicialmente os ataques da extrema direita supunham: “Deve haver um George Soros”; depois, os ataques da extrema esquerda: “Deve haver um José Paulo Lemann”. Por que é tão difícil acreditar que uma mulher jovem que estudou tanto e se preparou tanto não possa ter ela mesma a sua própria força, as suas próprias ideias? Que ela não possa discordar desses detratores em assuntos políticos — afinal, ela tem uma base, uma formação em política provavelmente muito melhor que a deles (o que não significa que esteja necessariamente correta) —, que, enfim, seja uma pessoa autônoma?

Me incomoda muito o formato de um desses ataques. Quando surgiram os conflitos entre Ciro e Tabata era comum ver circulando na internet, principalmente entre os partidários desse primeiro, que “Tabata finge apoiar Ciro, mas tem dois senhores”. Uma mulher não precisa ter senhores! Uma mulher pode fazer a sua própria luta, com base no que acredita. Não seria uma explicação muito mais plausível, em vez de inventar conspirações infundadas, entender que a Tabata teve uma formação política num país diferente, com uma cultura política diferente da nossa? É óbvio que o conceito de política de esquerda é outro nos Estados Unidos, e cabe alguma humildade de pensar na possibilidade que de as noções de lá possam ter também algo a contribuir, que não sejam sumariamente erradas. Pelo contrário, Tabata parece basear sua política em estudos sérios, em evidências, o que infelizmente é algo que não pegou com tanta força ainda em nosso ambiente político brasileiro, no qual o jogo do palanque se faz muitas vezes apenas em palavras de ordem, em ideais muito grandes e pouco pragmáticos, e mesmo em campanhas difamatórias com pouca responsabilidade com a qualidade da informação ou com quem ela atinge. Não estou pedindo que concordem com as pautas da Tabata, mas que respeitem a sua posição de mulher na política.

Penso também nisso: ainda que se queria discordar e atacá-la, por que com essa intensidade? Por que tanta insistência, tanta divulgação, tantos posts e atuação social de páginas (que pelo volume de produção engajamento sugere questionar se não são, essas sim, financiadas por alguém com interesse político) para atacar uma deputada mulher de esquerda moderada? Não é como se não tivéssemos problemas maiores na nossa política, como a absurda ascensão de uma extrema direita que precisa para ser combatida por meio de união, e não de briga e perseguição interna entre os opositores. E mais, eu me pergunto qual o sentido de alguém progressista gastar tanto tempo perseguindo Tabata quando tem centenas de políticos moderados no Brasil e muitos com posições parecidas com as dela no congresso. Haveria algum motivo para essa perseguição que não o fato de que ela é mulher? Será que por trás disso não tem alguém com medo de mulheres conquistando espaço na política, como uma velha guarda retrógrada de homens dentro da esquerda partidária? Claro, são apenas especulações. Mas cabe aqui a reflexão sobre a qualidade da nossa crítica, o tempo que a gente gasta com o ataque a alguém e se isso se justifica numa visão que tente se afastar de preconceitos sexistas.

Por um direito básico universal

A autora termina sua autobiografia retornando à discussão sobre a participação das mulheres na política. Ela indica caminhos, traz mais informações e fala sobre o seu projeto Vamos Juntas, que busca justamente apoiar candidaturas femininas e ampliar a participação das mulheres na política. O exemplo de Tabata mostra que as mulheres estão sim conseguindo mais espaço, que aos poucos a política se torna mais igualitária, um passo de cada vez, mas que isso ainda está longe de ser o bastante. Não é o bastante para Tabata, porque ela não quer um lugar só para ela. Ela quer um lugar para nós todos, mulheres e homens, em condição de maior igualdade. E ao menos nisso ela merece nosso apoio. Nas palavras da autora:

A trajetória que me levou para a política é completamente fora do comum, pois tive oportunidades das quais muitas pessoas nunca ouviram falar e cheguei muito longe para quem vem de onde eu venho. Ainda assim, demorei muito a acreditar que a política fosse para mim e, quando finalmente decidi me candidatar, encontrei barreiras que quase me fizeram desistir. Sei que esses obstáculos são ainda maiores, quando não intransponíveis, para pessoas que partem de lugares muito mais distantes do que eu. A participação política, que deveria ser um direito básico universal, ainda é negada a uma grande parte da população, com raras exceções.

Autor

  • Bacharel em filosofia, largou um mestrado em filosofia da ciência. Teve formação bem tradicional, mas fugiu para a filosofia analítica. Possui interesse em diversas áreas filosóficas, questões políticas, sociais. Entusiasta da ciência no geral, da economia, e do bom diálogo aberto e democrático com o diferente. Atualmente, está mudando de área de atuação, estudando programação e tentando escrever romances no tempo livre.

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