A Gamificação da Retórica

[publicado originalmente no blog Whatever. O autor autorizou a tradução e a publicação.]

É muito frustrante para mim que a maioria das pessoas não entende que os racistas e os membros da nova direita gamificaram a sua retórica; eles não estão interessados em discussão, eles estão sacando cartas de um baralho de “Debate: The Gathering”1, e o único objetivo é arrancar cabeças.

Eles gamificam a sua retórica porque, essencialmente, essa merda é um joguinho pra eles, enquanto para outras pessoas se trata das suas próprias vidas. Essa é uma vantagem que eles têm. Se eles perdem, eles embaralham suas cartas e passam para o próximo lance. Se os outros perdem, a sua vida é abalada.

E porque a sua estratégia retórica é essencialmente um jogo de cartas, conhecimento real dos assuntos é irrelevante e provavelmente um obstáculo. Eles não querem ou precisam entender os assuntos que afetam os outros, eles só precisam que você jogue o jogo deles para que eles possam vencer.

Eu não tenho mais tempo para perder com pirralhos que pensam que a vida dos outros é uma espécie de jogo de turnos alternados, especialmente quando tudo o que eles querem é machucar os outros. E o que me incomoda mais é que as pessoas, especialmente aquelas que têm poder, não entendem essa merda.

Eu não digo para as pessoas não se confrontar com esses paspalhos. Mas não os confrontem nos termos deles. Confrontem-nos em seus próprios termos. Primeiro, porque eles odeiam isso, e, segundo, porque isso expõe o que eles estão fazendo como um exercício inútil e odiento, e eles mesmos como pessoas horríveis.

Em suma: entenda o que esses sujeitos estão fazendo. Recuse-se a jogar esse jogo. E, se quiser, denuncie o vacuidade do jogo deles. Porque o “jogo” deles é machucar pessoas e prosseguir para o próximo alvo. O jogo deles é a vida de outras pessoas.

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