A Sociedade do Egoísmo

Soubemos de gente que gastou dois mil em mercado ontem. O maior mercado da cidade está vazio porque mesmo sem crise de abastecimento, a velocidade da praga consumista é maior do que a capacidade de reposição.

Num mercado menor, colocaram uma prateleira cheia de álcool gel, uma mulher foi lá e com um braço puxou todos os frascos para seu carrinho.

No dia seguinte repuseram e a mesma mulher fez a mesma coisa. A moça do caixa tentou conscientiza-la que ela não precisaria de 60 frascos de álcool gel, para que outros pudessem comprar também, a mulher deu chilique e levou todos. Passaram a colocar dois frascos por vez até acabar total o estoque.

Hoje pela manhã tinha fila desde a madrugada na farmácia; limitaram a dois frascos por pessoa, deu briga, teve gente voltando várias vezes na fila pra pegar mais.

Ontem minha mãe foi buscar o galão da água que tomo com a minha medicação, tinha vindo um caminhão não muito antes de ela chegar e já não tinha mais nada.

Uma mulher foi numa farmácia e comprou todo o estoque de máscaras cirúrgicas. Tem médico trabalhando com a mesma máscara porque os ricos da cidade compraram todas pra estocar em casa e fazer absolutamente nada com as centenas de máscaras que compraram.

Tudo o que é reposto nos mercados, é imediatamente comprado por quem tem dinheiro. Quando os assalariados e pessoas de baixa renda finalmente receberem seus pingados, não terão o que comprar.

Essa gente que está comprando TUDO nos mercados e farmácias e impedindo o acesso do resto da população é a mesma que se for contaminada, vai obrigar a empregada a continuar trabalhando mesmo com o risco de contaminar ela.

Essa gente não está preocupada com a epidemia, e pela compra descontrolada de papel higiênico, ouso dizer que não é nem com o próprio umbigo, mas com outra parte do corpo.

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