A cantora Beyoncé lançou no fim de julho o filme/álbum Black is King, que mobiliza visualidades do afrofuturismo e das tradições africanas. Reunimos aqui alguns textos sobre a obra.
Veja também:
>> “Um olhar sobre o cinema africano, das origens ao presente“, por Guilherme Carvalhal
>> “O clipe ‘Miss Beleza Universal’, de Doralyce Gonzaga“, por Lucas Grosso
- “Black is King: Uma análise decolonial“, por Ana Beatriz Almeida
O artigo mostra as referências do filme ponto a ponto, demonstrando que a sua iconografia dialoga com a religiosidade, os valores e as artes de vários povos da África. Avança uma crítica: Black is King ainda faz uso do estereótipo do homem-herói e da mulher-apoiadora.
- “Por que devemos ter cuidado ao assistir Black is King de Beyoncé“, por Judicaelle Irakoze
Com tradução de Allan Kardec Pereira, esse texto da escritora burundesa critica o ideal de realeza em Black is King, apontando que é preciso valorizar todas as vidas negras e não embelezar o passado das monarquias no continente (leia o texto no original em ingles).
- “Black is King: Mulher branca não deve dizer como mulher negra deve contar sua história“, por Guilherme Soares Dias
A matéria reúne diversas críticas à resenha de Schwartz — “Filme de Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha“, pelo qual ela se desculpou. Traz posições de Stephanie Ribeiro, Romário Almeida e Mari Lemos, entre outros.
- “Carta de um professor para uma professora“, por Rodrigo França
O filósofo mostra a fragilidade de base da resenha de Schwartz — falta de diálogo com os seus referenciais —, denuncia os bloqueios a que os negros contem a sua própria história e comenta limitações de Black is King: claro, não fala de toda África e tem uma perspectiva diaspórica.
- “Cancelando a antropóloga branca ou O mercado epistêmico e o vale-tudo das suas lutas concorrenciais“, por Wilson Gomes
Contrário às reações contra Schwartz, o professor e colunista da Cult critica o que entende como o autoritarismo da chamada “cultura do cancelamento”. Os ataques tentariam fazer uma reserva de mercado da fala sobre o racismo e não estimulariam a democracia.
O que pensa desses textos? Quais outros indicaria?